No sopé dos Montes Olímpios, na atual República da Macedônia, parte integrante da Iugoslávia até bem pouco tempo, existe uma pequena cidade chamada Verria. Na Bíblia há uma única referência a essa cidade, porém com outro nome: é a antiga Beréia, distante 80 quilômetros a sudoeste de Tessalônica.
Na metade do primeiro século, em sua segunda viagem missionária, o apóstolo Paulo e seu companheiro Silas, anunciaram o evangelho com muito êxito tanto na cidade de Tessalônica, como em Beréia.
De acordo com o texto de Atos, Lucas, o primeiro historiador da expansão do cristianismo, fez questão de registrar que os bereianos eram “mais nobres” que os tessalonicenses. Esta observação se deu porque aqueles “receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim...” (At 17.11). A resposta que estes novos convertidos davam à pregação missionária não era meramente emocional. Passava tanto pelo coração como pelo intelecto.
Analisando as palavras gregas traduzidas como “avidez” e “examinando” temos que, avidez do grego "protmias" significa literalmente “de bom grado”, ou seja, houve uma boa disposição por parte deste povo em ouvir o que era pregado por Paulo e Silas, que naquela ocasião eram homens desconhecidos para aqueles ouvintes. Quanto à palavra “examinando” do grego “anakrinondes" trata-se de fazer uma pesquisa cuidadosa, como num julgamento legal. Também pode ser traduzido noutros textos como: perguntar, julgar, exigir prestação de contas, investigar, conduzir uma investigação (Lc 23:14).
Para os bereianos, que não conheciam nem Paulo nem Silas e ainda estavam ouvindo algo novo (o Evangelho – a mensagem sobre Jesus e sua ressurreição), essa atitude de ouvir cuidadosamente e avaliar tudo segundo as Escrituras era algo que demonstrava bom senso e maturidade.
Uma citação do livro de J. Stott [1] do Dr. John Mackay, antigo presidente do seminário de Princeton, dispõem que “A entrega sem reflexão é fanatismo em ação (...)”. Ela ensina sobre o engano de acatar no coração uma crença sem nenhuma reflexão. É dito que tal atitude é fanatismo em ação. Os bereianos não cometeram esse erro!
Em nenhum outro tempo, os meios de comunicação foram tão variados e disponíveis como hoje, e, nunca houve tamanha liberdade em falar e escrever o que se quer. Por meio de recursos como televisão, rádio, internet, etc., o crente recebe por dia um sem número de “informações teológicas” e a maior parte deles as absorve sem qualquer tipo de análise prévia. A ausência deste exame criterioso tem gerado um crescimento assustador de igrejas doentes além de uma enxurrada de denominações cristãs duvidosas.
Em nenhum outro tempo, os meios de comunicação foram tão variados e disponíveis como hoje, e, nunca houve tamanha liberdade em falar e escrever o que se quer. Por meio de recursos como televisão, rádio, internet, etc., o crente recebe por dia um sem número de “informações teológicas” e a maior parte deles as absorve sem qualquer tipo de análise prévia. A ausência deste exame criterioso tem gerado um crescimento assustador de igrejas doentes além de uma enxurrada de denominações cristãs duvidosas.
Passados 20 séculos de história, os crentes de Beréia são o nosso principal exemplo na busca de uma fé sólida e o mais próxima possível da Revelação através do exame ávido do que se escuta tendo como ponto de partida a Bíblia.
Equipe Fé em Foco
[1] Crer é também pensar, J.Stott, pág.
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